Garra, bravura e persistência!

A garra, bravura e a persistência são reproduzidas de muitas formas quando jogadores de futebol americano jogam uma temporada. Pode ser mostrada tanto defensivamente, quanto ofensivamente. Seja atacando sem medo do contato ou defendendo como um guerreiro.
Contudo, uma forma difícil de ter garra é quando um jogador joga com dor. Essa temporada o Blumenau Riesen passou por esses momentos, quando diversos atletas participaram dos jogos mesmo estando machucados. As lesões variam desde dedos quebrados a joelhos lesionados.

Uma coisa é jogar com um dedo quebrado, outra coisa é jogar com as duas mãos quebradas. Em 1965, o safety Larry Wilson estava com as duas mãos engessadas jogando pelo Arizona Cardinals. Mesmo assim, Larry conseguiu fazer duas interceptações que garantiu a vitória naquele duelo.
Naquele mesmo ano, em 1965, Jimmy Orr deslocou seu ombro no primeiro tempo. O atleta foi levado ao hospital. Mas, ele não resistiu, com muita bravura retornou ao estádio para continuar a jogar. Jimmy Orr conseguiu fazer a recepção da vitória do Baltimore Colts no último período.

Byron Leftwich passou por um momento parecido na posição de quarterback durante sua passagem pela liga universitária de futebol americano. Leftwich quebrou sua perna no primeiro quarto, retornou no mesmo jogo para lutar pela vitória. Incapaz de correr, ele era carregado pela linha ofensiva depois de cada jogada. A sua vontade de lutar e dar tudo de si jamais será esquecida na universidade de Marshall.

Link com o vídeo de Byron Leftwich sendo carregado pela linha ofensiva após cada jogada:
http://www.youtube.com/watch?v=U-jzYMSiNHQ
Em 1932, os Spartans de Portsmouth jogaram um jogo inteiro contra os Packers de Green Bay, os Spartans venceram por 19 a 0. Por isso, eles foram nomeados o “Ironman team”, pois eles jogaram com os mesmos onze atletas no ataque e na defesa, sem substituição. O Blumenau Riesen passou por algo semelhante quando jogou fora de casa contra o Jaraguá do Sul Breakers. O Riesen jogou completamente desfalcado, todavia venceu o jogo 15 a 14, jogando com muita garra no último período. Todos os gigantes deram o seu máximo em campo.

Além da persistência que um jogador de futebol americano tem que ter, seja lutando contra contusões ou passando por outros desafios, algumas vezes um atleta também tem que lutar para quebrar um paradigma.
Katie Hnida lutou para praticar o esporte. Depois que Katie chutou 40 jardas no seu quintal, seu pai incentivou ela a fazer parte do time de futebol americano da sua escola (Littleton, CO). Depois de passar três anos jogando High School Football, Katie conseguiu entrar para a universidade, foi jogar como kicker para o New Mexico Lobos. Com muita dificuldade para jogar um esporte onde ela era a única mulher em campo, ela bateu o recorde e se tornou a primeira mulher a marcar pontos na NCAA D-I.

Hoje, sua chuteira e seu uniforme estão expostos no Hall of Fame do futebol americano universitário. O recorde foi batido no dia 30 de Agosto de 2003, em um jogo contra a universidade de Texas State.Gostaria de terminar esse artigo agradecendo a todos os jogadores do Blumenau Riesen pela luta. Parabéns pela garra, pela persistência, pela coragem. E parabéns principalmente por aqueles, que mesmo com momentos difíceis nas suas vidas fora de campo, estão sempre dando tudo de si.

Paulo Rodrigo Reiter Cardoso.
Auxiliar Técnico - Blumenau Riesen

Referências:
- The 100 Toughest Players in NFL History (NFL Films, 1996)
- Kickers Tackling (NFL Films, 2008)
- www.pro-football-reference.com
- http://www.jt-sw.com/football
- http://www.fortunecity.com/wembley/mueller/641/princesses/timeline.html
- http://www.portsmouth-dailytimes.com
- http://www.fcfa.com.br/